A Eliminação da Seleção Brasileira de futebol masculina na Copa América 2024, reflete o futuro da nova geração do esporte mais amado pela grande maioria dos brasileiros .
além do desempenho esportivo, decisões tomadas por instituições como (clube de futebol, liga ou federação esportiva) acabam moldando e influenciando a formação e postura dos atletas dentro e fora do gramado. Com a expansão do futebol como ferramenta de alcance comercial e financeiro as estratégias adotadas pelas entidades esportivas desempenham um papel crucial na revitalização e exposição de marca, patrocinadores e comercio em geral.
Entretanto esse modelo parece acompanhar uma decadência de resultados positivos para o futebol brasileiro na pratica, esse fenômeno não esta associado apenas a bola rolando, como também a crescente venda de jogadores de forma precoce pelos clubes brasileiros, resultando em quase nenhuma identificação com torcedores brasileiros.
A saída desses jogadores jovens no Brasil contribui com o apagamento da cultura do futebol local e consequentemente valores culturais significativos para a formação de um atleta apto físico e emocionalmente para uma competição mundial, uma vez que em caso de convocação, o clube que detém o passe do atleta ou da atleta, passa a representa-lo(a) em um processo de liberação para defender sua seleção nacional.
Nesse jogo, raízes e bases técnicas do esporte brasileiro passam a ser desqualificadas, um exemplo disso é o drible e a inventividade dentro do jogo, qualidades técnicas do DNA do jogo brasileiro que com o passar dos anos foram perdendo credibilidade, tratadas como uma espécie de “encenação” apontando não trazer seriedade e objetividade para o futebol internacional, seja na forma de bater o pênalti ou até uma entrevista pré ou pós jogo.
Por outro lado atletas de outros países contratados para compor os elencos dos clubes mais importantes do Brasil como Flamengo, Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Fluminense, Grêmio, Athl. Paranaense e outros, acabam construindo relações ainda maiores com os torcedores do que os nossos próprios jogadores brasileiros atuando pela seleção brasileira atualmente.
No final, independente de derrotas, eliminações, vitórias e títulos, o fato é que a cada ano que passa a seleção e seus atletas estão cada vez mais distantes da sua torcida e de qualquer fator que gere o mínimo de identificação e apelo popular. A falta de identificação entre as instituições com o futebol local, e com os torcedores, atravessa o orgulho chegando ao vestuário, que também passa por um momento em que a própria estética da camisa amarela tem sofrido com essa descaracterização das configurações mais populares no Brasil.